Por Gilson Antunes
Ganhou reconhecimento nacional ao se sagrar vencedor do Prêmio Revelação no Prêmio APCA de 2010 e de ter sido finalista do Prêmio da Música Brasileira, com o CD de estreia que continha a obra integral para violão solo de Radamés Gnattali, além do recital especial chamado Sarau para Radamés.
Filho de Valvitor Garbelotto e Mariléia D'Altoé Garbelotto, Vitor iniciou os estudos musicais em Criciúma, ainda na infância de forma autodidata, influenciado pelo irmão mais velho que tocava violão. Entre os 12 e os 15 anos de idade estudou com os professores Fábio Batista e Vladimir Matos; e, aos 18, cursou medicina por curto período na Faculdade de Santa Catarina.
Em seguida entrou para o curso de bacharelado em música popular na Unicamp (Universidade de Campinas), onde teve como professor de violão Ulisses Rocha – o que mudaria a vida de Vitor Garbelotto para sempre.
Ao ouvir Yamandu Costa solar a Brasilianas 13, de Radamés Gnattali, se apaixonou pela obra do compositor. Começou então um trabalho de pesquisa com partituras, livros e contatos musicais por meio dos festivais de violão voltados à obra de quem considerava o mestre.
Em 2003 e 2004, participou de um concurso de interpretação de violão em Guaratinguetá (interior de São Paulo). Tocou obras de Dilermando Reis, e obteve a segunda colocação. Dois anos depois, foi semifinalista do programa Prelúdio, da TV Cultura de São Paulo, quando apresentou pela primeira vez na televisão o primeiro e o terceiro movimentos do Concertino n.2 para Violão e Orquestra, de Radamés Gnattali.
Em 2007, venceu seu primeiro concurso: o I Festival Regional de Música Instrumental em Campinas (São Paulo). Dois anos depois participou de três concursos, sendo premiado em todos: Menção Honrosa no VIII Prêmio Nabor Pires Camargo, em Indaiatuba (São Paulo), terceiro lugar no IV Concurso Nacional de Violão Fred Schneiter, no Rio de Janeiro e, finalmente, a primeira colocação no IV Concurso de Violão FITO, em Osasco, São Paulo, na categoria violão popular. Em 2010, venceu o IX Concurso Nabor Pires Camargo.
Vitor Garbelotto aprimorou estudos de violão com o professor Paulo Martelli, em São Paulo. Também teve aulas aulas com Daniel Wolff, Gisela Nogueira e Henrique Pinto, Mariza Ramires e Fábio Zanon. Ao mesmo tempo, continuava a pesquisar as obras de Radamés Gnattali – um dos seus discos preferidos era o que o mestre gravou em parceria com Raphael Rabello.
Essa preferência o levou a gravar pela primeira vez a obra integral do compositor em CD. Produzido pelo ex-professor da Unicamp Ulisses Rocha, com o patrocínio do Fundo de Investimentos Culturais de Campinas, com texto de Hermínio Bello de Carvalho, Radamés Gnattali: Integral para Violão Solo foi gravado em 2010. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Revelação da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
Garbelotto começou então a realizar recitais, todos com excelente aceitação do público e da crítica. Em Sarau para Radamés, reuniu não apenas obras do compositor gaúcho radicado no Rio de Janeiro, mas também de autores que tiveram contato com a vida e obra do homenageado.
Esse espetáculo abriu perspectivas para Garbelotto explorar uma série de obras-primas da música brasileira, por meio de arranjos ou obras originais. Tal projeto foi contemplado pelo Proac (Projeto de Ação Cultural) de São Paulo – e lhe deu a oportunidade de excursionar pelo interior do Estado.
Vitor Garbelotto também se apresentou com o duo Camaradá ao lado do percussionista Lê dos Santos e teve um arranjo de autoria dele publicado por uma das principais revistas brasileiras de violão dos anos 2000: Violão Pro, n.16. Atualmente é professor de música em São Paulo, onde mora.
Discografia:
Radamés Gnattali – Integral para Violão Solo (independente, 2010)